De erro em erro. De um lado para o outro.

3 de maio de 2012

Coisas.

"As coisas mais importantes da vida não são coisas!"

Li esta frase quando era mais nova. Na altura não percebi o verdadeiro sentido que ela tinha. Na altura as coisas eram diferentes. O mundo era feito de pessoas boas, pacientes e felizes, que estavam todas elas mergulhadas na imensidão de um mar de rosas. Agora tudo isso parece uma piada (seca e com bigodes). O mundo mudou à velocidade do meu crescimento. E agora dou por mim a pensar e a revirar o sentido daquela frase.

É um contra-senso, mas para vos explicar o sentido que encontrei na frase preciso materializar aquilo que é importante  para mim. Bem, ter dinheiro é importante. Sem ele nunca poderei ter uma casa, nunca poderei comprar o bilhete para aquele concerto a que quero assistir à anos. Não poderei viajar até à Estátua da Liberdade, ou até à Muralha da China. Posso esquecer a ideia de ter um carro, um tablet ou até mesmo um telemóvel. Mas serão estas as coisas mais importantes da vida? Porque, agora que penso sobre isso, não foi preciso dinheiro para me arrancar um sorriso sincero, nem para viver momentos que nunca mais esquecerei. Foram precisas pessoas. Foram as pessoas com quem partilhei e criei esses momentos que se tornaram importantes.

Foram os gestos, as ações, as palavras, os jeitos e os trejeitos. Foram as vozes, os cheiros. Foi o toque, a companhia. Foi a alma e a essência de cada uma dessas pessoas que imprimiram em cada momento uma marca única e insubstituível. Nada que possa ser desgastado pela febre do consumismo. Nada que possa ser substituído por um modelo superior. Pessoas. Únicas e originais por não existir, em todo o mundo, outra igual.

Estão em cada esquina, as coisas mais importantes da vida. A rir ou a chorar, felizes ou tristes, simpáticas ou antipáticas, generosas ou egoístas, lutadoras ou desistentes, proativas ou relaxadas. E não precisam de dinheiro para se darem a conhecer. Não precisam de qualquer bem material para partilharem momentos contigo. 

Vale a pena pensarmos nisto, porque todos os dias podemos cruzar-nos com coisas que não são coisas.

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