As palavras parecem estar presas
ou perdidas na ponta da caneta. Ou talvez a tinta tenha acabado. O tempo voa!
Tenho a sensação de que me sentei em frente a esta folha branca agora mesmo e o
relógio já marca duas horas passadas sobre esse momento. Palavras, onde estão
vocês? Quero sentir-vos a fluir por entre os meus dedos. Sentir-vos a fervilhar
na minha cabeça. Sinto necessidade de vos ler.
Todos sentem a vossa falta, mas
nem isso não é suficiente para vos fazer voltar. Insensíveis! Deviam ter mais
respeito por quem quer realmente saber de vocês. Ah…já me esquecia, a culpa não
é vossa. A culpa é da agitação do dia-a-dia. Da correria estonteante da vida.
Citando a minha avó, ela diz que há sempre tempo para tudo. Se ela diz é porque
é verdade. Bem sei que não têm qualquer motivação monetária, mas não podem
desaparecer assim. Não por tanto tempo. Estou a enlouquecer sem vocês. A vossa
ausência é como um buraco negro dentro do meu cérebro. Tenho saudades da vossa
complexidade descomplexa. Da vossa ironia. Tenho a certeza de que não sou a
única.
As pessoas começam a pensar que se
esqueceram delas. Que deixaram as vossas responsabilidades de lado. Sim,
responsabilidades! Vocês têm de entreter as pessoas. É responsabilidade vossa
fazê-las sorrir ou deixá-las a pensar no que acabaram de ler. São vocês que
devem deixá-las apaixonadas com as histórias, com as descrições.
Eu sou apenas o fio condutor. Sem
vocês a minha cabeça está vazia. As minhas mãos paralisadas. As folhas em
branco. As canetas arrumadas num canto qualquer. Sem vocês não pode existir
“nós”.
Esta carta não é mais do que um
pedido. Espero que ela vos encontre de boa saúde, e de bem com a vida.
Com saudade,
Aquela que vos dá vida.
Para Ouvir: Coldplay - Warning Sign Para Ver: Shakespeare in Love (1998)
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