Olá,
Já não me lembrava de como me
sinto bem quando escrevo, especialmente quando escrevo para ti. Não consigo
lembrar-me da última vez. Depois do que aconteceu, não esperava voltar a
escrever-te. Mas hoje é diferente.
Gostava de poder dizer-te muitas
coisas, mas nenhuma delas seria totalmente nova. Foste alma, e sangue, e vida
em mim. E eu disse-o, vezes e vezes sem conta. Para ti, para o mundo. Amei-te
cegamente, como se ama um irmão. Quis proteger-te sempre. Chamar-te sempre para
a minha razão. Arrancar-te sempre da tua perdição. Lutei por ti incansavelmente.
Perdoei as palavras cuspidas ao vento dos insultos e insinuações. Fui a mão que
nunca te largou. Fui porto de abrigo onde pudeste sempre atracar. Fui chão que
pudeste sempre pisar. E tu, tu foste o ar que respirei, água que matou a minha
sede, sol que me aqueceu, alimento que me forneceu energia.
Dizer que gostei de ti seria um
eufemismo. Mas tudo tem um fim. E nós, como tudo na vida, tivemos o nosso. E
ainda assim, hoje, aqui estou eu. A escrever-te. A imprimir nas palavras a
falta que me fazes, às vezes. Aqui estou eu, a dizer-te que não me esqueço de
ti, muito menos hoje. És lembrança que o tempo não cura e que a mágoa não
apaga.
Se estiveres a ler isto, não
julgues que tenho como objectivo atacar-te. Esta é a minha forma de te dizer
que te amei, que te amo, e que vou sempre amar-te, como se fosses do meu
próprio sangue. Continuo a ser a mão que não te larga, o porto de abrigo onde podes
atracar. Não posso ser o (teu) chão.
E depois de tudo isto, meu deus,
sinto a tua falta. Sinto falta do teu abraço e do teu cheiro.
Parabéns. Espero que tenhas um
dia feliz.
Aquela que, usando o eufemismo,
gosta de ti.
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